Caves de São João, tomem nota do que digo!

Anda um tipo loucamente à procura, e a desejar, a suspirar, e a poupar para comprar uma eno-coqueluche. Sendo que a décalage entre um vinho rico e um outro mais modesto, amiúde, não compensa o esforço que se faz. Parvoice, pedantismo, na maior parte das vezes. Fica a ideia que se presta demasiada vassalagem, entre consumidores, somos também responsáveis pelo estado da nação enófila, e profissionais aos mesmos de sempre. E não há maneira de mudar agulha, virando-a para outro lado. Adiante que é conversa esgotada.

Momento báquico igual a tantos outros. Vinhos servidos às cegas. Seis tintos colocados lado a lado. E três deles vindos da antiquíssima e respeitável Caves de São João. Um deles já retratado aqui, confirmou o seu perfil, o seu mondus operandi. Tenta trazer do passado para o presente, os velhos tintos concebidos com uvas da Bairrada e do Dão. Um puro vinho de mesa. E ainda se diz à boca cheia que não existem vinhos gastronómicos. Tretas.

Outro, temperado com Cabernet Sauvignon, apresenta-nos um conjunto de descritores, de sabores e sensações que poderá, quase na certa, fazer corar uma porrada de gente. Caiu-me o queixo. Há muito que não bebia. Foi ovacionado.

Depois outro, mais singelo, mas não menos interessante. Um Touriga Nacional de fácil acesso, bem ali à mão de semear como o povo costuma dizer. Um puro manto de flores, de alfazema, de rosas, de mato rasteiro.
No meio da conversa que despoltou, houve tempo para recordar outro vinho. Um branco, Reserva de 2009. Aqui não sou o único a tecer-lhe elogios. RF partilha da mesma opinião.
Apraz-me, agora, dizer: Poupemos dinheiro, pois então!

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