O Dão segundo Boas Quintas

Mais um olhar, um outro testemunho sobre o Dão, oriundo de Boas Quintas, partilhado na primeira pessoa.

"Trabalhamos numa região capaz de originar grandes vinhos, quiçá os vinhos mais femininos e elegantes de Portugal e muito gastronómicos. As condições que os geram são-lhe por demais conhecidas, os solos de granito, os climas temperados a extremos …  a viticultura de montanha, difícil, com humidades na primavera com o míldio e oídio (e agora o black rot – podridão negra) sempre á espreita, nomeadamente nas nossas vinhas mais próximas da barragem da Aguieira. Lidamos numa realidade em que temos de prestar toda a atenção à vinha, o local de onde tiramos a matéria-prima do nosso trabalho, porque na nossa realidade uma desatenção, pode valer perdas severas de produção que invalidem expectativas comerciais futuras.

O resultado que procuramos, tenta exacerbar o que o meio gera, sendo nosso trabalho preservar e respeitar o terroir. Baseamos a nossa produção em duas castas principais, o Encruzado e a Touriga Nacional. Cada uma delas constitui a base de trabalho. Nos vinhos brancos, em lotes ou na versão monovarietal o Encruzado impõe a sua personalidade com uma forte mineralidade e frescura; acontecendo o mesmo com a Touriga Nacional, presente em todos os tintos, sendo também a base dos nossos Roses, com o seu aroma floral e fruta fresca e um corpo invulgar.


Sobre a região em si como agente dinâmico, trata-se de uma das mais antigas demarcações do país (104 anos!), que como tudo na vida, tem tido altos e baixos. Acreditamos que estamos numa fase de recuperação do prestígio do Dão e da notoriedade nacional e internacional dos seus vinhos. Tem vindo a crescer o reconhecimento da qualidade e do interesse pelos vinhos da região. Para isso muito tem contribuído o papel e a tenacidade de muitos produtores a nível individual, que arriscaram em meados dos anos 90 numa primeira fase na reconversão das vinhas e no melhoramento das condições de transformação, numa óptica de qualidade do produto, para numa segunda etapa, passo a passo, conseguir comunicar e apresentar com orgulho o fruto desse mesmo trabalho de quase 20 anos.


A CVR do Dão como garante da qualidade e diferenciação destes vinhos tem um papel importante a desempenhar na comunicação da nova realidade baseada na modernidade e dinamismo incutidos pelos produtores da região.
A Soc. Agr. Boas Quintas como agente económico atento à realidade do mercado, terá que continuar a sustentar a qualidade que já atingimos e afirmarmo-nos no mercado nacional e na exportação. É nosso objectivo primeiro, dinamizar e potenciar vendas, por isso existimos como empresa! Teremos que entender e adaptarmo-nos, na medida do possível, ao mercado procurando dar resposta comerciais desde os mercados mais maduros (Reino Unido, Alemanha, Estados Unidos da América…) aos emergentes (Angola, China, India…). "

By Tiago Macena e Nuno Cancela de Abreu

Comentários

Tiago Macena disse…
Além da nossa visão sobre a região, ficou em falta da conversa que tivemos com o Rui, a exposição – resumida – do nosso posicionamento de promoção/comunicação. Assim serve este post para acrescentar a informação em falta.
Na prospecção de mercados externos, nós tendemos a ir, 90% das vezes, via os eventos organizados pela Viniportugal, para aproveitar a notoriedade que eles angariam e o know-how de organização que têm, para conseguirmos chegar a públicos que sozinhos não conseguiríamos atingir.
Na promoção no mercado nacional, começámos a realizar, o ano passado, eventos de prova a que demos o nome de - Dia Aberto Boas Quintas – são acções de âmbito local junto a dois dos nossos centros de produção – Península de Setúbal e Dão, onde disponibilizamos para prova todos os nossos vinhos aos visitantes, no final fomentamos a venda dos vinhos em prova;). Além de irmos a alguns eventos nacionais, ECVS, alguns eventos da CVRD no mercado nacional e vamos estrear-nos dia 16/06 no ASWM.
Sobre a tomada de decisão, sobre os eventos a participar, temos muita parcimónia na tomada de decisão, conjugando sempre a presença vs. os custos envolvidos, porque como sempre e cada vez mais, o dinheiro é um recurso escasso que temos de aplicar com vista a ter o maior retorno potencial!
Sobre a comunicação da nossa actividade, acabamos de actualizar o nosso site, ao fim de alguns anos bem precisava, por favor dêem uma vista de olhos - www.boasquintas.com - neste momento, ainda está a faltar a versão inglesa, mas estamos a trabalhar nisso.
Quanto a redes sociais, estamos presentes no FB, onde tento ir postando novidades do dia-a-dia, prémios, provas. No youtube, temos uma existência insipiente… existem 2 vídeos, um deles até foi postado pelo Hugo Mendes (recentemente). Comparativamente ao FB não conseguimos ser tao actuais e manter alguma frequência nesse meio.
Rui, creio que agora sim a missão está cumprida!
Muito Obrigado. Tiago Macena
momenta disse…
Já provei os Boas Quintas branco e tinto, com muito boa relação qualidade/preço. Marcou-me mais o branco. É mais uma marca em que não hesito no momento de pegar na garrafa (dentro do segmento, claro).