Retiro Gastro-Enófilo

 Poderia dizer, sem qualquer problema ou vergonha bacoca, que se tratou de um (puro) retiro gastro-enófilo.

O pão, elemento tão importante. Só por si mata a miséria, a míngua.

Os figos combinados com pão, tornam-se num petisco viciante.
Durante dois dias, perdidos algures, no Alentejo, alí entre o oceano, que é Atlântico, e o montado, uma trupe de figuras, díspares entre si, foi devorando, ao um ritmo de divinos, vinho e comida.

Queijos, azeite, orégãos
Queijo e pão, azeite, carne e enchidos, couves e outros legumes, tomate seco e fresco, pimentos, cebola e alho.

Um espumante que escolhi há muito como (uma) primeira opção.

Não conhecia, de todo. Untuoso e perfumado. Um Viognier de 2008 by Quinta do Pinto

Um Encruzado de 2006 by Quinta dos Roques. De perfil seco e austero.
Numa demorada maratona deglutiram-se um sem número de coisas. Mais houvesse.

O Livro dos Segredos.
Beberam-se espumantes, brancos e rosés. Num dia testaram-se seis vinhos tintos, ao jeito de uma vertical.

Uma Vertical de Poeira. 2004, 2005, 2006, 2007, 2008 e 2009. Diversos estilos e estádios de desenvolvimento. Inclinei-me para os mais velhos: 2004 e 2005.

O rodopio foi longo, quiçá barulhento, frenético e sôfrego. Sorveram-se até à última gota. No outro dia consumiram-se, ainda, vasilhames de elevada capacidade (magnuns). Fechou-se a jornada com um enterno Madeira. E mais houvesse.

Bairrada de grande calibre. Perfeitos para comida pujante. Curioso o lote do Quinta do Poço do Lobo 1995. Castelão, Moreto e Baga.

Por que não quero repetir-me, direi apenas que este Bual de 1977 é simplesmente um líquido de dimensão sénior.

Um arroz doce pecaminoso.
 Fruta, arroz doce e pinhoadas, dão mote a combinações e a jogos de paciência ou de adivinhação.

Cores brilhantes, sumarentos e melosos.

Posto isto, recostámo-nos, empertigados.
Findo o remanso (descobri agora esta palavra), fica a sensação verdadeira que estas almas, por vezes penadas, foram bafejados pela ventura e bonança.

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