Bairrada: Quinta das Bágeiras vs Quinta de Baixo

Foram vinhos, simplesmente, usados para acompanhar a comida, como tal vou afastar-me de pretensas odes à Bairrada e aos vinhos da casta Baga. É cousa de que se fala, quase, todos os dias. Acho que já o disse, se não o fiz, volto a fazê-lo. De um momento para o outro, meia dúzia de carolas, incluindo eu, começou a elevar aos píncaros as virtudes da região e da casta, a Baga. Curiosamente, esquecemo-nos que, no passado, diabolizámos ambos: a região e a casta. Memória curta, portanto.


Em jeito de overture, começou-se com um prosaico Quinta das Bágeiras, Reserva de 2005, segundo o que o rótulo dizia. Vinho bem composto, com carácter, maduro quanto baste. Depois, o extraordinário da cousa, outra vez, é o seu magnífico preço. Parece que é cousa para cinco euros. E ainda por cima, longe da mortalha

O acompanhamento foram umas simples bochechas de porco, bem estufadas, bem macias, bem apaladas. Naturalmente by Solar dos Pintor.

E porque os corpos ainda estavam insatisfeitos, reclamando por mais vinho, nada melhor que continuar na Bairrada. Sem meias medidas, pediu-se um Quinta de Baixo, também Reserva, mas agora de 2001. Por menos de dez euros, preço de restaurante, continuámos com a orgia bairradina. Vinho bordalês, perdoem-me os expert, saboroso, bem evoluído, também bem composto e também longe da mortalha.
Dois vinhos que souberam pela vida e que por tusto e meio, conseguiram dar (muito) prazer, fazendo parecer tudo tão simples.

Comentários

Luis Cunha disse…
Post simples e bem feito. Parabéns!