Resquícios, despojos, retratos...

São os restos, os resquícios de um momento. Puros despojos que, agora, pouco ou nada interessam. São imagens, simples retratos sem vida. 


Serviram, enquanto as garrafas tiveram vinho, para animar, para desbloquear conversas, para alimentar as teorias mais absurdas. Deram força aos argumentos mais descabidos, a especulações sem sentido. 


Deambulou-se, por entre tintos, brancos e outras coisas mais. A cada copo, a cada sorvedela, a cada trago, as palavras surgiam mais livres, sem limites, sem os fatídicos meio termos.


Por entre o berreiro, da resposta e da contra-resposta, especulava-se sobre quem era quem. Por que parecia mais velho do que era, que umas vezes parecia português ou que outras parecia de outro lado qualquer. Mas o berreiro continuava.


As garrafas, ou melhor, a forma das garrafas, levou alguns incautos a pensar em cousas indevidas. Nem tudo o que parece é. A verdade está mais além da visão e ultrapassa a linha do horizonte. Podendo sugerir, ela não é, de todo, evidente.


Foram vinhos. Vinhos que contaram histórias. Que reflectem um olhar, uma visão, uma forma de estar. São vinhos de homens, de pessoas, de gente. Vinhos de homens bebidos por outros homens. Tão simples, não é?


Comentários

Anónimo disse…
Gostei.