Piteira e as Talhas de Barro

Falamos à boca cheia que andamos fartos da normalidade. Há muito que deixei de enredar-me por falsos profetas, por falsos messias que anunciam um novo amanhã, bem diferente daquilo que temos. Mas a verdade é pessoal e a única que conheço é a minha. Deriva do meu olhar.


Este vinho ou este nome, que julgo ser de fácil acesso, conseguiu no espaço de pouco tempo agarrar num conceito, no mínimo, interessante: vinho feito segundo a tradição dos romanos, em que as talhas de barro são parte integrante da sua feitura.


Parece-me bem conseguido o argumento criado, podendo cativar aqueles que buscam, sei lá, aquele toque de Midas que transforma o vinho em algo nunca bebido. E a sensação, que tive, foi precisamente essa: algo incomparável, sem semelhantes ou algo parecido. Tudo era inusitado, deslocado dos parâmetros habituais: os meus.


Cheiros, sabores e cor surgiram-me completamente irreais, para lá dos extremos do intervalo em que todos coabitamos. Será um (puro) exemplar do que se fazia há dois mil anos atrás, como alude o contra-rótulo? Não sei. Sei, isso sim, que é vinho que devemos conhecer, interpretar e reflectir, principalmente para quem quer abrir um pouco mais as vistas. Depois se gostam, ou não, isso são outras cantigas. Fica ao vosso critério.

Comentários

Rui Oliveira disse…
Olá Rui,

Onde podemos encontrar este vinho ainda te lembras?
Pingas no Copo disse…
Rui, julgo que nos Continentes deve haver. Aliás, foi lá que comprei.