O Último Post: Quinta da Nespereira Vineaticu Reserva 2007

Já tinha escarrapachado a foto do vinho. Na altura, serviu como prelúdio para o que estaria para vir. Mas voltas, deram-me a volta. Logo, aquele momento e o vinho serviram como prelúdio, desenvolvimento e desfecho. Em alguns minutos, tudo aconteceu. 

Não sendo e não querendo ser um produto de luxo ou algo parecido, é capaz de parecer-me que venderia bem cara a sua derrota.
Em época que todos procuram beber do melhor, marcar posição com o mais requintado, com o mais incomum, com o sabe-se lá mais o quê, apeteceu-me, simplesmente encerrar com uma pequena homilia dedicada a um recatado vinho, que teima viver meio escondido. Vinho que matou saudades, que embalou-me para onde queria estar. E um simples vinho, vejam lá, acompanhou-me, de forma melodiosa, com a toda a calma do mundo. Uma calma que, por vezes, desaparece, que por vezes teima em não existir. Trago, após trago, pinga após pinga, o estádio de alma alterou-se. Ficou-se mais esperançoso, fica-se indubitavelmente mais alegre. 

Estava, este, bem fresco, sedoso, descomplicado de boca, apelativo, sem ser fácil. Virtuoso, Cordato e elegante. Houvesse mais!
Merece, porque eu quero, que lhe dedique o meu último post do ano e se calhar o primeiro do ano que dizem estar a surgir. Merece, porque é daquela terra, que considero ser a minha. Merece, porque gostei, porque me soube por este e pelo outro mundo que dizem existir. E para os das montanhas: até um dia!

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