Histórias: Cartuxa e outras coisas

As histórias ou as lembranças são importantes para não esquecermos o que fizemos, naquele determinado momento. Sejam más ou boas, as memórias ajudam-nos a crescer, a caminhar para a frente. Na verdade, facilmente passamos do presente ao passado, num ápice, num micro segundo. Num estalar de dedos tudo é passado, tudo deixou de ser. Tudo desaparece. 
Falar de Cartuxa é recordar um périplo feito há longos anos pelo Alentejo Central, algures por entre Viana do Alentejo, Vila Nova da Baronia, Alvito e o Torrão, em que se andou de tasco em tasco, de taberna em taberna, de botequim em botequim, engolindo uma taça de vinho, comendo queijo, picando linguiça, trincando um tremoço, metendo conversa com os velhos das mesas ao lado.


Na altura, bebia-se Vila de Frades e Vila dos Gamas, os brancos, sem qualquer preconceito. Bebiam-se e sabiam muito bem. Naquela época, éramos muito mais prosaicos, muito mais simples, bem mais inocentes. Ficava-se satisfeito com pouco e tudo parecia saber bem.


Lembro que naquele dia, no do périplo, ao entardecer, perdeu-se a cabeça com um par de garrafas de Cartuxa branco. Sentados ao balcão, no Camões, em Baronia, foi a apoteose de um dia carregado de risos e gargalhadas, de histórias inventadas, bem ao género dos rapazes, de cumplicidades, de comer e beber, de tanta coisa que já está perdida e não se consegue recuperar. O vinho, este, naquela altura parecia ser qualquer coisa do outro mundo. E foi durante mais algum tempo. 

Comentários

Anónimo disse…
Qual a diferença entre tasca, taberna e botequim?

Cid