Quinta dos Penassais

Reflexão de Algibeira

A improbabilidade, por vezes, possibilita-nos, sem querer, tomar conhecimento de factos e acontecimentos que não estávamos, de todo, à espera. Uns agradáveis, outros nem tanto. Permite, ao fim a cabo, perceber que nunca se está preparado para tudo. E mesmo afastado de todo o rebuliço do mundo, longe de tudo e de todos, a probabilidade em ser apanhado pelo inesperado, pelo inusitado, continua a ser alta.

Há uma porrada de anos que não bebia um vinho deste produtor. Nem sequer sabia se estaria, ainda, no activo. A curiosidade foi aguçada por causa do ano da colheita, quatro anos de vida, pelo preço bem cordato que tinha e que poderia compensar o eventual prejuízo, isto é: não tirar qualquer proveito do mesmo.



A reacção, a minha, foi de surpresa, pelo estado de saúde, pela boa forma que ainda apresentava, pela indicação que dava em relação à capacidade para aguentar mais algum tempo. Muito ou pouco, não sei. Parecia ter qualquer coisa de antigo, com pouca fruta e felizmente pouco moderno. Digamos que fiquei admirado pela improbabilidade de ter ali à frente um vinho que valesse a pena, de facto. E valeu.

Comentários

Anónimo disse…
4 anos de vida é muito? Só se for um vinho industrial ou feito a martelo.

O vinho, se for bem feito, e bem guardado, aguenta muito mais do que isso.