Revista de Vinhos e os Blogs

Com todos os defeitos e virtudes, a Revista de Vinhos (RV) foi e ainda é, até ao momento, o único órgão de comunicação social, de largo espectro, que referenciou todos os blogs portugueses que se dedicavam, bem ou mal, ao assunto do vinho, não deixando nenhum de fora. Na altura, época primitiva, foi um acto de arrojo. A malta ficou toda inchada. Provavelmente, ninguém se lembrará ou tem ideia dessa edição. Depois disso, foi um corropio. Surgiram blogs por todos os cantos, como cogumelos. Nada contra, pelo contrário.
Foi se calhar, foi de certeza, o reagente para que os blogues portugueses passassem do total obscurantismo que padeciam e ainda padecem, em larga medida, para um mundo menos cavernoso, um pouco mais real. É verdade que, na altura, tudo era demasiado imberbe, muito rudimentar. Hoje ainda o é, queiram ou não queiram. Concordem ou não.
E porque estamos nas vésperas da atribuição dos prémios excelência por parte da Revista de Vinhos, imaginemos, agora, que a dita revista tinha a veleidade de atribuir um prémio, não de excelência, que a blogoesfera portuguesa não merece, mas uma menção honrosa ou algo semelhante a um blogue, na área dos vinhos ou da gastronomia. O que seja. Creio que as coisas iriam piar de forma bem diferente. Porque o que temos, neste momento, roça o alegórico, a piada burlesca. 
E no meio desta alqueirada de blogues que existem, atreveriam-me a dizer que nenhum blogue de vinhos iria ganhar qualquer coisa. Eu apostaria as minhas fichas todas, sem qualquer dúvida, em blogues mais transversais, mais eclécticos, com mais qualquer coisa para dar, que não seja o mesmo de sempre. Que tivesse um pouco mais que aquela foto bonita, com meninos aos saltos ou com cores manipuladas, um copy paste. Querem arriscar? 
Já agora e porque fiquei meio confuso, nos últimos dias, quantos prémios W existem? 

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